Marcela Rochetti -
Desde nova, Iane Filgueiras, 24 anos, cultivou o gosto pela escrita, gostava de estar por dentro de tudo e tinha o sonho de viajar, conhecer pessoas e viver experiências diferentes. Escolheu então estudar jornalismo e se formou pela Universidade Federal Fluminense. Hoje, trabalha no Canal Saúde, emissora de televisão do SUS pertencente à Fundação Oswaldo Cruz, onde lida com o acervo de conteúdo jornalístico. Contratada em novembro do ano passado, Iane espera fincar raízes na empresa. E agora ela contará essa e outras experiências na mesa Prata da Casa, programada para o dia 27 de novembro às 19h30, no Controversas Mídias Alternativas.
Formada em 2011, a jornalista lembra com carinho das experiências vividas na universidade: “A UFF foi mais que uma escola, foi uma casa para mim. Lá eu amadureci e mudei minha visão de mundo. Tenho muitos ‘poréns’ quanto à minha profissão, mas provavelmente voltaria e faria tudo de novo, porque essa formação é parte integrante do que eu sou hoje.”
Iane entrou na UFF aos 17 anos, o que representou para ela a chance de ter um curso superior: “Passar para uma universidade pública para mim não era só questão de almejar o melhor ensino. Ou eu passava para uma faculdade pública ou provavelmente não teria condições de fazer faculdade.” Ela não só passou para jornalismo na UFF como também em História na UERJ.
Dos tempos em que era aluna, a jornalista aponta o problema da infraestrutura como um dos principais enfrentados na universidade. Iane explica que na época, no laboratório de televisão só havia uma câmera e os alunos juntavam dinheiro para comprar fitas de gravação. Ela conta também que os estudantes enfrentaram grande dificuldade, quando uma enchente destruiu algumas alas do campus na época das chuvas que ocasionaram a queda do Morro do Bumba, em Niterói. Segundo ela, os alunos estudaram muito tempo com uma parte do prédio interditada.
Iane destaca também aspectos positivos no âmbito acadêmico como as duas monitorias feitas, uma na matéria de Programação Visual Gráfica, com o professor Alexandre Farbiarz, e outra na Revista Laboratório, supervisionada por Ildo Nascimento. Segundo ela, ser monitora foi ótimo para seu crescimento, além de ter despertado nela a vontade de um dia dar aulas.
Os estágios tiveram, da mesma forma, papel fundamental em sua formação: “Foram importantes não só para aprendizado, mas também para ajudar a custear minha vida acadêmica. A universidade é pública, mas temos uma série de outros gastos, como passagem, livro e, é claro, os 450 mil em xerox.”
No quarto período da faculdade, estagiou na farmacêutica alemã B Braun. Lá fez um pouco de tudo, desde comunicação interna, até produção de eventos. Iane queria, no entanto, uma vivência mais próxima do jornalismo.
Por isso, em 2010, começou a estagiar no Acervo da TV Globo, onde ficou até sua formatura. Depois desse período, ela enfrentou um problema comum na vida de formandos: “Após a conclusão do curso, eu não podia mais ser estagiária e minha gerente dizia que gostava muito do meu trabalho, mas não havia vaga para me absorver. Passados dois meses, a TV Globo me chamou de volta, e lá fiquei por mais uns quatro meses, para cobrir uma licença média. Como o trabalho era temporário, tratei de procurar outra coisa.” Assim em 2012, começou a trabalhar como analista de marketing Jr. na Harpia Ventures, empresa incubadora de startups. Iane entrou ainda em um MBA de Marketing e Comunicação Empresa em março daquele ano. Em novembro foi para o Canal Saúde da Fiocruz, onde se encontra atualmente.
A jornalista está ansiosa para participar do Controversas. Segundo ela, voltar ao IACS será como visitar um parente que não vê há muito tempo. Quando perguntada sobre um conselho para jovens jornalistas, ela é firme: "Não desanimem, não se acomodem. Tudo é mutável e aprender é o mais importante para ser um profissional bem colocado. Façam amigos, a rede de conhecimentos de um jornalista é seu maior bem. E, não tenham medo de encarar os freelas".
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